Neste fim de semana, fiz um texto sobre o espectro visível e as cores. Hoje (15/06/2009) , indo para o trabalho, vi na rua um carro cada dia mais raro: o enorme Galaxie! Pilotava um senhor de aspecto muito distinto, tranqüilo, cabelo branquinho! Bem conservado, o carro era de um bege claro, muito incomum. Seu interior também era marrom, não o preto padrão de hoje. No mesmo trajeto, ainda vi uma antiga Variant, de outra cor tão diferente que creio não ser a original.
Há alguns anos, especialistas em carros e repórteres têm chamado a atenção para a preferência dos brasileiros quanto à cor de automóvel: preto e prata. Preferência é uma coisa. O que ando vendo nas ruas é outra: estamos à beira do monopólio! Até os supostamente coloridos, uns azúis, uns verdes ultra escuros, com vergonha de serem verdes! A foto abaixo, de um artigo sobre este assunto, mostra isto: veja um shopping em São Paulo.
Se somarmos aos tons de prata as várias tonalidades de cinzas, claros e escuros, e levarmos em conta que táxis são brancos – em BH –, carros de órgãos do governo também, além dos de várias outras empresas, estamos próximos a termos um trânsito binário: pretos ou brancos, incluindo as variações! O próprio governo, cujo marketing atual incorpora um símbolo colorido, poderia comprar carros coloridos também!
Observe abaixo uma paleta de cores comum do computador.
São infinitas as cores. Mas, comparando, temos visto variações apenas no pequeno espectro do lado direito da figura, enquanto a parte esquerda, muito mais abrangente, tem ficado de fora das ruas! Aliás, a cor branca, simplesmente linda em alguns carros, quase morreu pelo estigma do táxi!
Não sou psicólogo, como o de outro artigo que li, mas sem dúvida esta mesmice, esta monotonia, entristece! E logo o brasileiro, o apaixonado por carro! Este papo de que o mercado absorve melhor o preto e o prata é furadíssimo! Por exemplo, digamos que um carro prata valha R$1.000,00 a mais que outro idêntico, porém colorido. Ora, o próprio seguro, em alguns casos, dos carros preto ou prata é maior, com a desculpa de que “são mais visados”. Faça as contas na ponta do lápis: talvez o que se ganhe a mais na revenda não pague a diferença do seguro, que é anual...
Se formos todos comprar carros de certa cor porque vendem melhor, o que já é contraditório – comprar pensando na venda – por que não estendemos este comportamento para outras compras importantes? A casa, por exemplo. Ao escolher um imóvel, em termos econômicos, é preferível comprar em um bairro que se valoriza mais, ainda que não seja o que você quer morar! Especialistas dizem que não é culpa das montadoras, que supostamente oferecem o que o mercado absorve, mas não posso concordar. Entre num site de uma delas, escolha um carro e veja as cores disponíveis: é muito restrito! Sem contar que já não oferecem cores diferentes para os interiores!
Se este fenômeno vem ocorrendo no mundo todo, aí é mais preocupante ainda! Péssimo sinal para o século XXI. A falta de criatividade na escolha das cores, ou a submissão desta escolha às tendências de mercado, denota sim uma apatia e um conformismo que, pelo menos a mim, incomodam! Já tive 10 carros e apenas no penúltimo cometi a besteira de escolher o prata. E já me arrependi pelo seguro mais caro! No último, já escolhi um vermelho que o tornou diferente, quase não vejo outro igual! Que bom!
Mesmice e conformismo, de uma forma ou de outra, estão vinculados à inteligência. A inteligência é, por natureza, criativa. E, podendo escolher, ela não vai se contentar em simplesmente imitar os outros, no caso, o tal do mercado.
Vejam os motoqueiros e os caminhoneiros: no fundo, são muito mais livres que os donos de carros! Pelo menos, podem escolher as cores mais diferentes dos veículos que dirigem. E, ao que parece, andam bastante satisfeitos com estas escolhas!
Quando fui montar o blog, notei que a esmagadora maioria traz cores claras, quando não o branco. E alguns têm a estranha mania de alinhar à esquerda, com as linhas todas quebradas! Detesto isto! Acredito que, certamente, há razões de ordem técnica para tal. As cores claras e as linhas quebradas facilitam a leitura, vendem melhor, talvez... Justamente para variar fiz o blog logo preto! Com alinhamento justificado!
Vi um homem dirigindo, ano passado, um Astra cor de rosa bem claro. Por puro preconceito, poderia dizer que talvez o motorista fosse gay. Seria um comentário ridículo, pois a coragem de andar com um carro “incomum” como este explicita muita, mas muita personalidade! Neste fim de semana passado houve a parada gay em São Paulo. Ilustro com uma foto que tirei do site do UOL.
No fundo, a causa pela qual eles lutam é justamente esta: aceitar as diferenças, encará-las como normal, legal e, inclusive, ótimas para a sociedade como um todo. Não sou gay e respeito quem seja: ponto para eles! Se ser normal é ter um carro preto, cinza ou prata, também prefiro muito mais ser diferente!
Particularmente, espero um século XXI mais colorido, criativo e plural.
Há alguns anos, especialistas em carros e repórteres têm chamado a atenção para a preferência dos brasileiros quanto à cor de automóvel: preto e prata. Preferência é uma coisa. O que ando vendo nas ruas é outra: estamos à beira do monopólio! Até os supostamente coloridos, uns azúis, uns verdes ultra escuros, com vergonha de serem verdes! A foto abaixo, de um artigo sobre este assunto, mostra isto: veja um shopping em São Paulo.
Se somarmos aos tons de prata as várias tonalidades de cinzas, claros e escuros, e levarmos em conta que táxis são brancos – em BH –, carros de órgãos do governo também, além dos de várias outras empresas, estamos próximos a termos um trânsito binário: pretos ou brancos, incluindo as variações! O próprio governo, cujo marketing atual incorpora um símbolo colorido, poderia comprar carros coloridos também!
Observe abaixo uma paleta de cores comum do computador.
São infinitas as cores. Mas, comparando, temos visto variações apenas no pequeno espectro do lado direito da figura, enquanto a parte esquerda, muito mais abrangente, tem ficado de fora das ruas! Aliás, a cor branca, simplesmente linda em alguns carros, quase morreu pelo estigma do táxi!
Não sou psicólogo, como o de outro artigo que li, mas sem dúvida esta mesmice, esta monotonia, entristece! E logo o brasileiro, o apaixonado por carro! Este papo de que o mercado absorve melhor o preto e o prata é furadíssimo! Por exemplo, digamos que um carro prata valha R$1.000,00 a mais que outro idêntico, porém colorido. Ora, o próprio seguro, em alguns casos, dos carros preto ou prata é maior, com a desculpa de que “são mais visados”. Faça as contas na ponta do lápis: talvez o que se ganhe a mais na revenda não pague a diferença do seguro, que é anual...
Se formos todos comprar carros de certa cor porque vendem melhor, o que já é contraditório – comprar pensando na venda – por que não estendemos este comportamento para outras compras importantes? A casa, por exemplo. Ao escolher um imóvel, em termos econômicos, é preferível comprar em um bairro que se valoriza mais, ainda que não seja o que você quer morar! Especialistas dizem que não é culpa das montadoras, que supostamente oferecem o que o mercado absorve, mas não posso concordar. Entre num site de uma delas, escolha um carro e veja as cores disponíveis: é muito restrito! Sem contar que já não oferecem cores diferentes para os interiores!
Se este fenômeno vem ocorrendo no mundo todo, aí é mais preocupante ainda! Péssimo sinal para o século XXI. A falta de criatividade na escolha das cores, ou a submissão desta escolha às tendências de mercado, denota sim uma apatia e um conformismo que, pelo menos a mim, incomodam! Já tive 10 carros e apenas no penúltimo cometi a besteira de escolher o prata. E já me arrependi pelo seguro mais caro! No último, já escolhi um vermelho que o tornou diferente, quase não vejo outro igual! Que bom!
Mesmice e conformismo, de uma forma ou de outra, estão vinculados à inteligência. A inteligência é, por natureza, criativa. E, podendo escolher, ela não vai se contentar em simplesmente imitar os outros, no caso, o tal do mercado.
Vejam os motoqueiros e os caminhoneiros: no fundo, são muito mais livres que os donos de carros! Pelo menos, podem escolher as cores mais diferentes dos veículos que dirigem. E, ao que parece, andam bastante satisfeitos com estas escolhas!
Quando fui montar o blog, notei que a esmagadora maioria traz cores claras, quando não o branco. E alguns têm a estranha mania de alinhar à esquerda, com as linhas todas quebradas! Detesto isto! Acredito que, certamente, há razões de ordem técnica para tal. As cores claras e as linhas quebradas facilitam a leitura, vendem melhor, talvez... Justamente para variar fiz o blog logo preto! Com alinhamento justificado!
Vi um homem dirigindo, ano passado, um Astra cor de rosa bem claro. Por puro preconceito, poderia dizer que talvez o motorista fosse gay. Seria um comentário ridículo, pois a coragem de andar com um carro “incomum” como este explicita muita, mas muita personalidade! Neste fim de semana passado houve a parada gay em São Paulo. Ilustro com uma foto que tirei do site do UOL.
No fundo, a causa pela qual eles lutam é justamente esta: aceitar as diferenças, encará-las como normal, legal e, inclusive, ótimas para a sociedade como um todo. Não sou gay e respeito quem seja: ponto para eles! Se ser normal é ter um carro preto, cinza ou prata, também prefiro muito mais ser diferente!
Particularmente, espero um século XXI mais colorido, criativo e plural.
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